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Hematologia do mini pig



A criação de pets não convencionais vem crescendo com o passar dos anos e cada vez mais recebemos amostras no laboratório amostras das mais diferentes espécies de animais.


Há algumas semanas chegou a amostra do mini pig Nhonho, que está na foto da postagem juntamente com o seus veterinários Douglas e Penélope.


Ainda adoooooro quando chega uma amostra diferentona.


As amostras dos suínos também devem ser acondicionadas em tubos contendo EDTA e enviadas em até 12 horas após a coleta para melhor avaliação morfológica dos leucócitos.


Nos porcos domésticos assim como nos mini porcos veremos muitas alterações morfológicas em comum, o que contribui para a interpretação do exame de ambos.

As células sanguíneas vermelhas dos suínos em miniatura são semelhantes às dos outros suínos e possuem diâmetro médio de 6,0mm e vida média período de 86 dias.


Nos eritrócitos, projeções celulares pontiagudas (crenação) são observados com frequência e não são consideradas como condição patológica (Fig 1), uma vez que é um achado comum nos esfregaços sanguíneos de miniporcos normais.


Em porcos saudáveis, o rouleaux pode ser um achado normal. Em porcos adultos, anisocitose (variação no tamanho dos eritrócitos) pode ser observada, mas é mais comum em leitões, nos quais além da anisocitose pode ser vista policromasia, Corpúsculos de Howell Jolly e maior número de metarrubrícitos.


Os neutrófilos (Fig 1) podem contêm grânulos levemente róseos, citoplasma com bordos pouco definidos e núcleo irregularmente dividido, sinceramente não achei muito simpáticos.


Os eosinófilos (Fig 1) possuem grânulos alaranjados de formato oval com núcleo pouco segmentado, lembrando os neutrófilos em bastão. O basófilo (Fig 1) encontra-se em menor quantidade e dificilmente 

são observados, possuem grânulos citoplasmáticos roxos, cocóides ou em forma de haltere que dificultam a visualização do núcleo.o do núcleo.


Os linfócitos (Fig 1) apresentam-se em maior número que os neutrófilos em animais saudáveis. São observados linfócitos pequenos de 7 a 10 um de diâmetro com cromatina densa e citoplasma basofílico azul claro, e linfócitos grandes (10 a 15 um) com cromatina grosseira e citoplasma azul pálido. Pequeno número de grandes linfócitos com granulações azurófilas podem ser vistas no esfregaço sanguíneo.


Os monócitos (Fig 1) possuem núcleo chanfrado com citoplasma abundante que algumas vezes pode se apresentar vacuolizado e com granulações visíveis. As plaquetas são semelhantes às de outras espécies, frequentemente encontradas em agregados de diferentes tamanhos.


Figura 1 - Hematologia de mini pig. 1 - Neutrófilo. 2- Linfócito. 2- Eosinófilos. 4- Hemácias crenadas. 5 - Basófilo. 6 - monócito.


Existem vários fatores que podem afetar o hemograma na espécie suína, incluindo idade, sexo, estado fisiológico, estação do ano, nutrição e ambiente condição ambiental. Ou seja, se for possível avalie seu pet com frequência para observar alterações do individuais e não se baseie apenas em “padrões” de referência.


Nos animais recém-nascidos há aproximadamente 60 a 85 % de neutrófilos relativos que começam a reduzir na segunda semana enquanto o número de linfócitos começa aumentar permanecendo mais elevado que o número de neutrófilos pelo resto da vida do animal. Por essa razão a resposta neutrofílica à doença inflamatória é algo interessante nos porcos pois como demonstram uma relação neutrófilos:linfócitos (N:L) baixa nos adultos, faz com que não seja tão evidente ou seja observada a inversão da proporção N:L. Neutrofilia acentuada pode ser associada a processos inflamatórios graves.


Os suínos podem apresentar leucocitose induzida pelo stress do manuseio resultando em leucocitose transitória com neutrofilia e linfocitose, então atenção ao manuseio no momento da coleta.

Autora: Polliana Alves Franco. Médica veterinária e responsável técnica VetAnalisa.

CRMV-MS 3097


Referência:


Clark, S. G., & Coffer, N. Normal Hematology and Hematologic Disorders in Potbellied Pigs. Veterinary Clinics of North America: Exotic Animal Practice, 11(3), 569–582. (2008).

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